- Realiza-se hoje em Oeiras um workshop sobre o projeto, liderado pela Indra, cuja abertura será presidida pelo Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, cabendo o encerramento dos trabalhos ao Presidente da ANSR, Jorge Jacob.
- O projeto AUTOCITS vai facilitar a circulação dos veículos sem condutor em meios urbanos e em vários países na Europa, permitindo uma convivência segura com os restantes veículos e adequando a legislação vigente e as regras de trânsito ao veículo autónomo
A ANSR e a Indra apresentam num workshop que se realiza hoje, em Oeiras, os avanços do projeto europeu de inovação AUTOCITS, que vai testar a condução autónoma nas áreas metropolitanas de Lisboa, Madrid e Paris, as três maiores cidades do denominado Corredor Atlântico, formado por vias consideradas prioritárias para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte europeia.
O Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, preside à sessão inaugural e o encerramento será efetuado pelo presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Jorge Jacob. O evento contará com a participação de todos os parceiros do projeto, bem como outros stakeholders - forças de segurança, organismos do Estado, universidades, institutos de investigação, gestores de vias, empresas do sector ITS e do setor segurador do ramo automóvel.
O objetivo do projeto AUTOCITS é contribuir para que se possa adaptar a legislação, os centros de controlo de tráfego e as infraestruturas à condução autónoma para melhorar a interoperabilidade dos veículos autónomos, garantir a sua correcta circulação através de todo tipo de estradas na Europa e a sua convivência segura com os restantes veículos. Para o efeito estão a desenvolver-se serviços inteligentes de transportes baseados em sistemas cooperativos (C-ITS), que permitem a comunicação e o intercâmbio seguro de dados entre veículos, utilizadores e infraestrutura, utilizando o standard de comunicações europeu ITS-G5.
No projeto piloto de Lisboa os serviços C-ITS a implementar vão contribuir para ampliar a “visão” do veículo autónomo através de alertas sobre congestionamentos de trânsito, notificações sobre veículos lentos ou estacionados e avisos sobre condições climatéricas adversas. Para a realização dos testes está previsto dispor de dados reais e simulados, para poder criar diferentes serviços em função dos requisitos.
Em Lisboa, o projeto piloto vai realizar-se na autoestrada A-9, no ramo entre a A16 e a EN6. . Para a comunicação com os veículos vão ser instaladas seis unidades de estrada RSU (Roade Side Units) e serão utilizados pelo menos dois veículos autónomos, do IPN e da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), e uma viatura instrumentada para realizar os testes de validação dos serviços e das infraestruturas.
Para a realização das provas num meio mais urbano serão utilizados outros dois veículos autónomos de baixa velocidade que funcionarão como incubadoras no IPN, permitindo o transporte de passageiros num troço aproximado de 500 metros.
Primeiros testes do veículo autónomo em Madrid
O projeto piloto já arrancou em Madrid, onde já se realizaram os primeiros testes. Para este piloto desenvolveram-se três serviços C-ITS que permitirão que o veículo autónomo tome de decisões através de avisos como, por exemplo, notificações sobre obras nas estradas, situações de congestionamento ou de condições climatéricas adversas.
Estes serviços C-ITS foram integrados na solução de gestão de tráfego e túneis Horus, de desenvolvimento próprio da Indra, para o qual foi criado um novo módulo que permite gerir o envio de informação ao veículo autónomo ou conetado assim como aproveitar todos os dados que este tipo de veículos produzem, processando-os em tempo real e oferecendo informação de valor para a tomada de decisões dos gestores, dos próprios veículos conectados e dos condutores dos veículos convencionais.
A plataforma Horus, implementada na nuvem, obtém informação das incidências através do canal de informação da Direção Geral de Tráfego (DGT) através do protocolo DATEX2, um standard europeu para o intercâmbio de informação entre centros de controlo de tráfego.
Também já se está a instalar no cenário do projeto piloto o busVAO da A-6 que liga com a circunvalação M-30 em Madrid, as primeiras unidades de estrada RSU (Roade Side Units), que dispõem de várias tecnologias de comunicação ITS-G5 e comunicações móveis. Estes equipamentos enviarão a informação para os veículos autónomos e conetados quando estejam a circular pela via reversível de alta ocupação da A-6.
Para além deste arranque inicial, já se realizaram os primeiros testes com um veículo autónomo em circuito fechado nas instalações da Indra em Madrid para testar o correcto envio e recepção de informação.
Intercâmbio de serviços entre pilotos
Em Paris, para além deste tipo de avisos de situações perigosas serão notificados os engarrafamentos e tentar-se-à geri-los, proporcionando informação sobre a velocidade ou vias recomendadas, alternativas, etc. utilizando a comunicação I2V a partir do centro de controlo para os veículos autónomos. Os testes serão realizados na auto-estrada A-13 nos arredores da cidade.
Tanto o piloto de Madrid como os de Lisboa e Paris são pioneiros no Corredor Atlântico e dos primeiros que vão incluir na Europa testes de veículos autónomos, de diferentes fornecedores, fechados e abertos ao tráfego convencional em vias urbanas, suburbanas e ligações com autoestradas. Está previsto que os serviços e sistemas que se testem numa determinada cidade se intercambiem com os das restantes duas para comprovar que são interoperáveis e funcionam correctamente.
Ecossistema de colaboração
Para além da Indra, participam no projeto AUTOCITS a Direção Geral de Tráfego (DGT), a Universidade Politécnica de Madrid (UPM), a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a Universidade de Coimbra (UC), o Instituto Pedro Nunes (IPN) e Inventeurs du Monde Numérique (INRIA). O projeto tem um orçamento de 2,6 milhões de euros e financiamento do programa europeu CEF (Conecting Europe Facility).
O AUTOCITS está ainda a colaborar com outras iniciativas de I+D+i existentes à escala europeia neste âmbito, como por exemplo, a plataforma C-Roads e o projecto C-Roads Spain, assim como com outras entidades interessadas em projetos relacionados com o veículo conetado e autónomo. Para o efeito, estão a realizar-se uma série de workshops, como o que se realiza no dia 10 de outubro, para que entidades com interesse nesta área se possam incorporar e contribuir com a sua visão sobre o veículo autónomo e os trabalhos desenvolvidos no projeto.
Os Workshops realizados previamente em Madrid e Paris contaram com entidades como a DGT, SACYR, Ferrovial, OHL, Mapfre, a Plataforma Tecnológica da Carretera (PTC), a Fundação PONS, COMSIGNIA, YOGOKO, Vedecom, AutoKAB ou VICI.
Sobre a ANSR
ANSR tem por missão o planeamento e coordenação a nível nacional de apoio à política do Governo em matéria de segurança rodoviária, bem como a aplicação do direito contraordenacional rodoviário.
São atribuições da ANSR:
- Contribuir para a definição das políticas no domínio do trânsito e da segurança rodoviária;
- Elaborar e monitorizar o Plano Nacional de Segurança Rodoviária, bem como os documentos estruturantes relacionados com a segurança rodoviária, e bem assim promover o seu estudo, nomeadamente das causas e fatores intervenientes nos acidentes de trânsito;
- Promover e apoiar iniciativas cívicas e parcerias com entidades públicas e privadas, designadamente no âmbito escolar, assim como promover a realização de ações de informação e sensibilização que fomentem uma cultura de segurança rodoviária e de boas práticas de condução;
- Elaborar estudos no âmbito da segurança rodoviária, bem como propor a adoção de medidas que visem o ordenamento e disciplina do trânsito;
- Fiscalizar o cumprimento das disposições legais sobre trânsito e segurança rodoviária e assegurar o processamento e a gestão dos autos levantados por infrações ao Código da Estrada e legislação complementar;
- Uniformizar e coordenar a ação fiscalizadora das demais entidades intervenientes em matéria rodoviária, através da emissão de instruções técnicas e da aprovação dos equipamentos de controlo e fiscalização do trânsito, e exercer as demais competências que a lei, designadamente o Código da Estrada e respetiva legislação complementar, lhe cometam expressamente;
- Contribuir financeiramente, em colaboração com a Direção-Geral de Infraestruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna, para a aquisição de equipamentos e aplicações a utilizar pelas entidades do MAI intervenientes em matéria rodoviária, segundo orientação superior.
Sobre a Indra
A Indra é uma das principais empresas globais de consultoria e tecnologia, a empresa é líder em tecnologias de Informação em Espanha e o parceiro tecnológico nas operações chave dos negócios dos seus clientes em todo o mundo. Desenvolve uma oferta completa de soluções próprias e serviços avançados e de alto valor acrescentado em tecnologia, aos quais acresce uma cultura única de fiabilidade, flexibilidade e adaptação às necessidades dos seus clientes. A Indra é líder mundial no desenvolvimento de soluções tecnológicas integrais em áreas como Defesa e Segurança; Transporte e Tráfego; Energia e Indústria; Telecomunicações e Media; Serviços Financeiros; e Administração Pública e Saúde. E através da sua unidade de consultoria Minsait, a Indra dá resposta aos desafios que a transformação digital apresenta. No exercício de 2016 registou 2.709 milhões de euros em vendas, 34.000 colaboradores, presença local em 46 países e projectos em mais de 140 países. Após a aquisição da Tecnocom, a Indra apresenta um volume de vendas conjunto superior a 3.200 milhões de euros em 2016 e uma equipa de cerca de 40.000 profissionais.
Em Portugal
Em Portugal desde 1997, a empresa conta com uma sólida equipa de profissionais com elevada especialização para o desenvolvimento e implementação dos seus projectos e é um aliado estratégico em projetos chave para o desenvolvimento económico e tecnológico de instituições e empresa.