• Fruto de um projeto I+D+i, esta ferramenta fornece informação do entorno para as pessoas com deficiência visual, com o objetivo de melhorar sua percepção e adaptação ao posto de trabalho
  • A Universidade Politécnica de Madri está desenvolvendo a nova solução na base da Cátedra Indra-Fundação Adecco de Tecnologias Acessíveis, que pretende facilitar a integração social e de trabalho das pessoas com deficiência por meio da tecnologia
  • Para conseguir a aplicação real do e-Glance e ampliar seu impacto, a iniciativa conta com o apoio e a participação da Organização Nacional de Cegos da Espanha (ONCE)
eGlance

A Cátedra Indra-Fundação Adecco de Investigação em Tecnologias Acessíveis na Universidade Politécnica de Madri (UPM) está desenvolvendo um inovador aplicativo de realidade aumentada que permite oferecer às pessoas com deficiência visual informação relevante sobre seu entorno, por meio de vibrações e sons no smartphone. Desta forma, melhora sua percepção e orientação espacial e, portanto, facilita sua adaptação ao local de trabalho e sua integração de trabalho, ao poder realizar de forma simples tarefas como planejar uma rota por meio de múltiplos obstáculos móveis ou obter informação sobre a localização e identificação de pessoas e objetos a distância.

O Centro de Tecnologia Biomédica da UPM é responsável por realizar o projeto de I+D+i e-Glance para desenvolver esta ferramenta, que ajuda as pessoas com deficiência visual a explorar ativamente o que há ao seu redor, como se tratasse de um “longo bastão”, dirigindo sua atenção a zonas concretas fora de seu alcance ou para as quais o ouvido ou as lembranças não são suficientes. Além disso, oferece informação equivalente ao que se chama de visão periférica, graças aos alertas em tempo real sobre os acontecimentos que ocorrem no entorno, além do foco principal de atenção. Graças à virtualização de espaços e situações, o App também torna possível conhecer virtualmente um espaço antes de visitá-lo fisicamente.

Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre possíveis usos desta solução e analisar como integrá-la de forma efetiva no trabalho, o projeto conta com a participação dos usuários e principais beneficiários, em particular do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Aplicativos Tiflotécnicas (CIDAT) da Organização Nacional de Cegos da Espanha (ONCE).

Graças ao e-Glance, as pessoas que não enxergam terão mais facilidades para acessar seus postos de trabalho e desenvolver-se melhor neles de forma autônoma, um aspecto positivo tanto para o usuário quanto para sua empresa. Além disso, o estresse que pode produzir a falta de visão será reduzido notavelmente, por uma atenção constante aos detalhes e aumentará a autoconfiança destas pessoas.

 

Uma nova forma de entender a realidade aumentada

O conceito de realidade aumentada, tal como conhecemos, está baseado na sobreimpressão gráfica de elementos virtuais em uma imagem real, mas o e-Glance oferece uma nova perspectiva. Amplia em tempo real a informação sobre o contexto físico no qual as pessoas se movem por meio de vibrações, sons ou indicações de áudio que facilitam a tomada de decisões sobre seus deslocamentos ou sobre o lugar ao qual dirigir sua atenção.

Ainda que o App funcione por meio de um smartphone, para facilitar seu uso está previsto empregar o bastão que as pessoas sem visão utilizam em seu cotidiano para enviar e receber instruções de seu celular, realizando rápidos movimentos com a mão. Além disso, tentaremos ampliar este uso além do e-Glance, para dispor de um maior número de funcionalidades controladas pelo usuário desde modo.

A implementação da solução consta de três pilares: um módulo de captação da realidade, baseado em uma rede de sensores; um modo virtual que reflete o mundo físico em tempo real e com detalhe necessário para o correto funcionamento do aplicativo; e um terceiro módulo de realidade aumentada, que, salvo revogação, adverte o usuário das mudanças relevantes em seu entorno e que também lhe permite obter informação detalhada sob demanda sobre as zonas específicas de seu interesse.

Primeiros testes com usuários

A funcionalidade do primeiro protótipo do e-Glance já foi testada por usuários em uma fase piloto, com vários objetos localizados em um espaço diáfano e em uma segunda fase será testada em situações reais. Para tanto, será necessário desenvolver uma rede de sensores que permitam situar pessoas e objetos em tempo real e refletir virtualmente seu espaço sobre um cenário fixo, indicando sua localização, volume e forma, bem como outros dados relacionados com sua atividade e funcionamento. Por fim, será testada a tecnologia de realidade aumentada desenvolvida para oferecer ao usuário informação sobre variações e movimentos significativos dentro de seu campo de percepção no momento em que se produzam.

Além de sua utilização no trabalho, o App poderá ser utilizado em outros ambientes, como hotéis, centros comerciais, estações de trem, etc. Neste caso, a possibilidade de proporcionar ao usuário um maior conhecimento prévio do local pode ser fundamental na hora de melhorar seu deslocamento em um espaço que não tenha visitado anteriormente. Além disso, por sua capacidade para integrar informação de contexto ou ambiental, o e-Glance poderia se adaptar para ajudar pessoas com outro tipo de deficiência, como a auditiva ou cognitiva.

A Indra e as Tecnologias Acessíveis

O forte compromisso da Indra com as pessoas com deficiência por meio das TIC se concretiza na iniciativa de Tecnologias Acessíveis, operação pela companhia há mais de 15 anos como parte de sua Responsabilidade Social Corporativa. A Indra criou Cadeiras de Pesquisa neste ambiente em 11 universidade espanholas e em três latino-americanas, em colaboração com diferentes fundações e associações. Colocando a inovação ao serviço das pessoas com deficiência, os mais de 50 projetos desenvolvidos têm como objetivo utilizar tecnologia de ponta para oferecer soluções inovadoras às necessidades do grupo de pessoas com deficiência, já que as TIC podem ser decisivas para melhorar sua qualidade de vida, seu acesso à educação e sua integração social e de trabalho.

Sobre a Indra

A Indra é uma das principais empresas globais de consultoria e tecnologia, e é a sócia tecnológica para as operações-chave dos negócios de seus clientes em todo o mundo. Desenvolve uma oferta integral de soluções próprias e serviços avançados e de alto valor agregado em tecnologia, à qual adiciona uma cultura única de confiabilidade, flexibilidade e adaptação às necessidades de seus clientes. A Indra é a líder mundial no desenvolvimento de soluções tecnológicas integrais em campos como Defesa e Segurança; Transporte e Tráfego; Energia e Indústria; Telecomunicações e Mídia; Serviços financeiros; e Administrações públicas e Saúde. E, por meio da sua unidade Minsait, responde aos desafios que desenvolve a transformação digital. No exercício de 2015, teve entradas de 2.850 milhões de euros, 37.000 funcionários, presença local em 46 países e projetos em mais de 140 países.

Sobre o Centro de Tecnologia Biomédica da Universidade Politécnica de Madri

O Centro de Tecnologia Biomédica é um centro tecnológico e de pesquisa da Universidade Politécnica de Madri, que reúne, em colaboração com as instituições participantes, pesquisas de disciplinas da tecnologia biomédica muito diferentes, a fim de:

  • Abordar grandes desafios científicos aumentados hoje em dia em saúde e biomedicina, cujo sucesso requer uma estável e intensa colaboração interdisciplinar.
  • Facilitar o desenvolvimento de produtos de tecnologia biomédicas para sua transferência para a indústria.
  • Configurar um entorno propício para a formação de novos pesquisadores e profissionais do campo.

Sobre a Fundação Adecco

A Fundação Adecco, constituída em julho de 1999, é fruto da responsabilidade social que assume a Adecco como líder mundial na gestão de Recursos Humanos. Seu principal objetivo é a inserção no mercado de trabalho daquelas pessoas que encontram mais dificuldades na hora de encontrar um posto de trabalho.

A Fundação Adecco realiza programas de integração de trabalho para:

 Pessoas com deficiência

  • Maiores de 45 anos parados de longa duração
  • Mulheres com responsabilidades familiares não compartilhadas ou vítimas de violência de gênero
  • Outros grupos em risco de exclusão social
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